Gosto muito de ler os relatórios da  Organização Mundial de Saúde (OMS) porque eles me mostram como anda o perfil  nutricional das pessoas em todos os países e o risco que elas correm para  contrair determinadas doenças. Um dos relatórios alertou para uma epidemia  mundial de obesidade no meio deste século. Trabalhos recentes de pesquisadores  brasileiros confirmaram que nossos jovens estão bem acima do peso ideal e que  daqui a alguns anos seremos um país de obesos e como conseqüência natural,  iremos gastar muito mais com a saúde. 
Na contramão de todas as  estatísticas estão os orientais, que são os que gastam menos com tratamentos de  saúde, têm a menor taxa de obesidade e a maior expectativa de vida. A dieta dos  orientais é rica em soja, peixes e vegetais. Eles evitam comer pão, biscoitos,  queijos, molhos industrializados e gordura animal, tudo o que nós ocidentais  adoramos! As porções dos alimentos são menores, servidas em pratos pequenos e  cada refeição é um ritual. Eles se alimentam calmamente para não comerem em  excesso, enquanto que os brasileiros devoram um prato de cheio de carne em  minutos. 
Nós perdemos muito tempo diante do  fogão. Abusamos das frituras, do arroz, da massa, dos temperos prontos e não  sabemos viver sem o queijo. Mal terminamos de comer já estamos pensando na  sobremesa, que geralmente é rica em açúcar e gordura hidrogenada. A cozinha  oriental é rápida, simples, com alimentos frescos e não processada. Eles fazem  somente as três principais refeições e entre elas costumam beber chá em vez de  refrigerantes. 
Eles têm o saudável hábito de  cozinhar no vapor, grelhar ou refogar em fogo baixo. De acordo com a OMS a dieta  contém pouca carne, açúcar, gordura hidrogenada, gordura animal e manteiga.  Apesar de gostarem de doces, as porções são menores, têm pouco açúcar, não levam  creme de leite nem margarina e os doces mais populares são os de feijão, alga,  gelatina e farinha de arroz. Se comermos muitos doces e alimentos gordurosos na  infância esse hábito irá continuar na idade adulta. Temos muito ainda que  aprender com essas civilizações milenares. 
Somos um país privilegiado, temos  tudo para prevenir uma epidemia de obesidade. Muita fruta, verduras, legumes,  nossa costa é enorme, com todos os tipos de animais marinhos. Apesar de termos  frutas em abundância a maioria das crianças vai para a escola com um saco de  biscoito, sanduíche de queijo, barrinha de cereais, danoninho, achocolatado e  raramente levam frutas frescas. Precisamos valorizar nossas frutas, nossos  peixes e deixar de lado essa mania de se entupir de frituras e carne vermelha em  casa e nas churrascarias. Educar é também ensinar a comer de maneira saudável.  Os orientais passam esses ensinamentos de geração para geração e os que migram  para outros países e perdem o costume alimentar milenar, geralmente se tornam  obesos.
Já está na hora de nos preocuparmos  em mudar o estilo de vida e ensinar as crianças a se alimentarem direito, para  que não se tornem adultos dependentes de medicamentos para emagrecer. Os países  da Europa e os EUA são contrários aos medicamentos inibidores de apetite, porque  além de trazerem problemas para a saúde eles causam dependência e evitam que as  pessoas adotem hábitos alimentares saudáveis e mudem o estilo de vida. Quem  depende destes medicamentos tem um ganho de peso muito maior quando para de  consumi-los. A melhor terapia para a obesidade é o exercício físico e a  dieta.  Precisamos começar agora a  prevenir a obesidade na infância! Ainda dá tempo de termos uma geração saudável  na metade deste século, basta começar agora a ensinar a comer de maneira  saudável em casa, nos colégios e usar os meios de comunicação para alertar sobre  os alimentos que curam e os que adoecem as pessoas.
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