9 de novembro de 2011

Meu filho tem colesterol elevado. Como ajudar?

Meu filho tem colesterol elevado. Como ajudar?

Para evitar complicações futuras, médicos recomendam que crianças a partir de 10 anos controlem o peso e monitorem o colesterol Foi-se a época em que criança gordinha era sinal de saúde. Já é de conhecimento geral que a obesidade pode atingir os mais novos, elevando os níveis do colesterol - um grave fator de risco para doença aterosclerótica.

O que os pais precisam saber é que crianças e adolescentes mais magros também podem ser suscetíveis a esse mal. Via de regra, para manter o colesterol nos níveis normais, alimentação adequada e o incentivo à prática de atividades físicas são fundamentais e devem fazer parte da rotina dos jovens.Entre as dicas de alimentação, está a escolha por carnes mais magras, evitando alimentos amanteigados, embutidos, doces cremosos, queijos amarelos, peles de aves; a substituição de frituras por assados, molhos calóricos pelas suas versões light, leite e iogurtes integrais por desnatados e a manteiga pela margarina cremosa. Fontes com informações sobre o preparo de alimentos saudáveis não faltam.

Porém, a obesidade e o sedentarismo não são os únicos responsáveis pela dislipidemia – que é o aumento do colesterol e dos triglicerídeos no sangue. Segundo o cardiologista Raul Dias dos Santos Filho, professor livre-docente em Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor da Unidade Clínica de Dislipidemias do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), a dislipidemia em jovens, na maioria das vezes, decorre de doenças genéticas, como a hipercolesterolemia familiar heterozigótica (HF) ou a hiperlipidemia familiar combinada (HFC). “A HFC acomete cerca de 1 em cada 20 pacientes jovens infartados. Já a HF, embora afete 1/500 pessoas da população geral, na família acometida pela doença a prevalência é de 1 em cada 2 indivíduos deste núcleo familiar”, informa o especialista.

O perigo está no fato do aumento do colesterol não apresentar sintomas, sendo somente verificado por meio do exame de sangue. Por este motivo, sempre é recomendável que, além de manter o peso em níveis ideais, crianças a partir de 10 anos verifiquem o colesterol para evitar complicações futuras. “Em crianças que possuem histórico de doenças cardíacas precoces na família (geralmente antes dos 55 anos em familiares de primeiro grau) ou colesterol alto, a medição do colesterol deve ser feita logo aos dois anos de idade”, alerta Santos.

Segundo diretrizes da Associação Americana de Cardiologia, meninos com mais de 10 anos e meninas após a menarca portadores de HF devem iniciar tratamento medicamentoso para reduzir o colesterol quando as taxas de LDL (o colesterol ruim) estiverem acima de 190 mg/dL ou 160 mg/dL, se estiverem associadas a outros dois fatores de risco ou a histórico familiar de doença cardiovascular. A meta é reduzir o LDL para 130 mg/dL, sendo que o ideal seria mantê-lo em 110 mg/dL. Dentre as opções existentes para o tratamento medicamentoso no combate ao colesterol está o Lípitor (atorvastatina), a estatina com o maior número de evidências científicas, que comprovam seus efeitos na redução significativa do risco de eventos cardiovasculares e na diminuição em 39% a 60% dos níveis do colesterol ruim (LDL c).

 

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